AMADO MICHAEL
(Tom Zé)
Negro da luz que desbota branco
Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta.
Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.
Que deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude.
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice.
Avança a rua (uma dor que dança)
E em seus telhados mandibulados
Requebra os hinos do dançarino.
Niños, rapazes, se sentem azes
Herdeiros todos e seus parceiros
Revelam parque, porto e favela.
II
Da Grécia três te trouxeram Graças
Arcas repletas de belas artes
Arcas que deram ciúme às Parcas.
Que luz trarias tu, mitologia,
Para um tal desatino de destino
Que o espandongado toma por fado?
Porque o povo grego disse que
Se a hybris o herói consigo quis,
Se condiz ao lado dela ser feliz
Ele mesmo será pão e maldição
Enquanto gera para os olhos de Megera.
segunda-feira, junho 29, 2009
quinta-feira, maio 21, 2009
A vida é um breve ato ou a vida é bela?
Shakespeare em Macbeth diz:
" A vida é uma sobra errante;
Um pobre comediante, que se pavoneia
no breve instante que lhe reserva a cena, para depois não ser mais ouvido.
É um conto de fadas, que nada significa,
Narrado por um idiota, cheio de voz e fúria".
Devemos pensar sobre a breviedade sem muitas expectativas ou devemos pensá-la tal qual a mensagem deixada pelo personagem do Filme "A vida é bela"?
Para este personagem toda a experiência torne-se significativa para o indivíduo que a vive.
Em "A Vida é Bela", ele se posiciona perante ao mundo demonstrando infinitas possibilidades de agir, de criar, de se experimentar frente às situações mais adversas. Ele dá sentido às situações aparentemente mais brutais atribuindo-lhe um valor transcendental.
Para que o indivíduo se lance desta maneira no mar incerto da existência é necessário que este lançamento tenha um sentido.
Qual é o sentido da sua vida?
" A vida é uma sobra errante;
Um pobre comediante, que se pavoneia
no breve instante que lhe reserva a cena, para depois não ser mais ouvido.
É um conto de fadas, que nada significa,
Narrado por um idiota, cheio de voz e fúria".
Devemos pensar sobre a breviedade sem muitas expectativas ou devemos pensá-la tal qual a mensagem deixada pelo personagem do Filme "A vida é bela"?
Para este personagem toda a experiência torne-se significativa para o indivíduo que a vive.
Em "A Vida é Bela", ele se posiciona perante ao mundo demonstrando infinitas possibilidades de agir, de criar, de se experimentar frente às situações mais adversas. Ele dá sentido às situações aparentemente mais brutais atribuindo-lhe um valor transcendental.
Para que o indivíduo se lance desta maneira no mar incerto da existência é necessário que este lançamento tenha um sentido.
Qual é o sentido da sua vida?
quinta-feira, março 26, 2009
Postura da Igreja Católica:insanidade, crueldade ou princípios cristãos?
Esta é a foto de uma Mulher segurando preservativos com a imagem do papa Bento XVI e a frase "eu disse não!", em Paris (França - 25/3/2009). Os produtos foram confeccionados para criticar a postura do Pontífice de rejeitar o uso da camisinha para combater a aids em declarações dadas durante sua recente viagem ao continente africano.
Ando a pensar como a igreja católica insiste em se manter fiel a seus dogmas e se posicionar na contramão do que pensam, agem e sentem os seus "fiéis".
Aqui, no Brasil, teve grande repercussão o caso de uma menina de nove anos de idade que foi estuprada pelo padrasto. Por aqui, a Interrupção da gravidez em casos de estupro e risco de vida para a mãe é legalizada. A justiça brasileira, agiu corretamente e fez com que o direito dessa criança fosse garantido, a gravidez foi interrompida.
O que a Igreja católica fez?
Por meio de um de seus representantes num ato desumano e numa tentativa de rechaçar a prática do aborto excomungou a criança estuprada, a sua mãe o médico.
Questionado pela imprensa se o estuprador também merecia excomunhão, o bispo declarou que Não, pois o "estupro é um pecado menor que o interrupimento de uma gravidez"
O que pode levar uma instituição religiosa a desejar obrigar uma menina de nove anos, com risco de sua própria vida, a manter uma gravidez fruto de uma inominável violência?
Rígidos princípios religiosos, insanidade ou crueldade?
Sob o argumento da "defesa da vida", essas pessoas não se importaram em nenhum momento nem com a violência já sofrida pela criança, nem com a possibilidade que havia de a menina perder a própria vida. Se essa menina- detentora de existência real e concreta, com uma história de vida já em curso, relações pessoais, afetos, sentimentos e pensamentos, enfim -, se essa menina não merece ter sua vida protegida, trata-se de defender a vida de quem?
A igreja católica defende a vida ou os seus dogmas?
Existe o princípio da proporcionalidade, o que vale mais? Uma vida em potencial ou uma vida já em curso?
Uma vida em potencial é um conceito, uma abstração, não se concretizou ainda.
Quem tem o direito de condenar à morte uma pessoa em nome de se defender uma possibilidade de vida que ainda não se concretizou e não tem existência própria e autônoma?
Acredito que a postura da Igreja Católica se configurou como pura crueldade e intransigência ao defender seus princípios abstratos e seus valores absolutos que, quando confrontados com a realidade cotidiana, esvaziam-se de sentido e, principalmente, da compaixão cristã.
Nem vou aqui comentar a postura contra o uso de preservativos em tempos de AIDS.
Quanta hipocrisia!
Dessa maneira a igreja só tem perdido os seus ditos fiéis que são cada vez menores.
Felizmente, a menina pernambucana pôde, graças ao respeito a um direito democraticamente conquistado, diminuir os danos das inúmeras violências que sofreu e a gravidez foi interrompida.
Viva o Estado Laico!
Ando a pensar como a igreja católica insiste em se manter fiel a seus dogmas e se posicionar na contramão do que pensam, agem e sentem os seus "fiéis".
Aqui, no Brasil, teve grande repercussão o caso de uma menina de nove anos de idade que foi estuprada pelo padrasto. Por aqui, a Interrupção da gravidez em casos de estupro e risco de vida para a mãe é legalizada. A justiça brasileira, agiu corretamente e fez com que o direito dessa criança fosse garantido, a gravidez foi interrompida.
O que a Igreja católica fez?
Por meio de um de seus representantes num ato desumano e numa tentativa de rechaçar a prática do aborto excomungou a criança estuprada, a sua mãe o médico.
Questionado pela imprensa se o estuprador também merecia excomunhão, o bispo declarou que Não, pois o "estupro é um pecado menor que o interrupimento de uma gravidez"
O que pode levar uma instituição religiosa a desejar obrigar uma menina de nove anos, com risco de sua própria vida, a manter uma gravidez fruto de uma inominável violência?
Rígidos princípios religiosos, insanidade ou crueldade?
Sob o argumento da "defesa da vida", essas pessoas não se importaram em nenhum momento nem com a violência já sofrida pela criança, nem com a possibilidade que havia de a menina perder a própria vida. Se essa menina- detentora de existência real e concreta, com uma história de vida já em curso, relações pessoais, afetos, sentimentos e pensamentos, enfim -, se essa menina não merece ter sua vida protegida, trata-se de defender a vida de quem?
A igreja católica defende a vida ou os seus dogmas?
Existe o princípio da proporcionalidade, o que vale mais? Uma vida em potencial ou uma vida já em curso?
Uma vida em potencial é um conceito, uma abstração, não se concretizou ainda.
Quem tem o direito de condenar à morte uma pessoa em nome de se defender uma possibilidade de vida que ainda não se concretizou e não tem existência própria e autônoma?
Acredito que a postura da Igreja Católica se configurou como pura crueldade e intransigência ao defender seus princípios abstratos e seus valores absolutos que, quando confrontados com a realidade cotidiana, esvaziam-se de sentido e, principalmente, da compaixão cristã.
Nem vou aqui comentar a postura contra o uso de preservativos em tempos de AIDS.
Quanta hipocrisia!
Dessa maneira a igreja só tem perdido os seus ditos fiéis que são cada vez menores.
Felizmente, a menina pernambucana pôde, graças ao respeito a um direito democraticamente conquistado, diminuir os danos das inúmeras violências que sofreu e a gravidez foi interrompida.
Viva o Estado Laico!
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